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Ferramenta para montar genomas em tempo recorde tem mão portuguesa

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O professor do Departamento de Biologia da FCUP e investigador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP), Agostinho Antunes, integra a equipa internacional que revelou uma nova ferramenta computacional capaz de montar milhares de genomas de forma rápida e simplificada.

A nova ferramenta, acessível livremente para investigadores de todo o mundo, possibilitará responder às ambições do objetivo internacional Earth BioGenome de produzir genomas de referência para cerca de 1,8 milhões de espécies durante a próxima década, com grande impacto para a conservação.

Esta descoberta acontece num contexto marcado pelas alterações ambientais resultantes do aquecimento global e pela atual sexta extinção em massa, que colocam a biodiversidade em crise com consequências devastadoras no funcionamento e na saúde dos ecossistemas, na herança evolutiva e no potencial adaptativo das espécies, constituindo uma grande ameaça para a humanidade.

Segundo Agostinho Antunes, “a extinção de espécies é uma perda irreparável de milhares ou milhões de anos de evolução e a compressão dos genomas dos seres vivos congrega informação fundamental”.

Neste contexto, conhecer e estudar os genomas ao nível global é uma tarefa que “está no centro da ciência e de biotecnologias de ponta que impulsionam o crescimento, a produtividade, a comercialização e a competitividade global”.

Um dos objetivos do projeto Earth BioGenome passa por identificar as espécies geneticamente com maior risco de extinção para preservar a informação genética da vida.

Para isso, o foi lançada a meta global de produzir genomas de referência para as aproximadamente 1,8 milhões de espécies conhecidas na terra durante a próxima década. No entanto, para cumprir esta missão, o ritmo atual de produção de genomas de referência terá de aumentar em pelo menos duas ordens de magnitude.

Na opinião de Agostinho Antunes, apesar de serem milhares os investigadores a contribuir para este objetivo, “este avanço tecnológico não se alcançará sem a automatização do processo de montagem de genomas e de um procedimento amplamente acessível a qualquer grupo de investigação”.

Isto implica esforços quer para otimizar a montagem dos genomas e desenvolver boas práticas, mas também para divulgar as ferramentas existentes e munir as equipas de trabalho com infraestrutura e formação.

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