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Eu sou

Eu que sei quem sou

Perco-me no nada ser

 

Serei de terra de pescadores

Serei pastora ouvindo as cabras a pastar

Serei estudante livre e inconsciente

Serei menina na escola a saltar à corda

Serei um simples cometa à deriva

Serei mãe, serei pai e filha algures

Serei astronauta nas horas vagas

Serei pedinte nessa rua de Inverno fria e sem aconchego

Serei peixe procurando novos oceanos

Serei flor nesse vaso à espera de ser regada

Serei infinito nesse mundo finito porque o infinito é invisível

 

E assim sou eu, sou tudo e nada quero ser, quando de novo volto ao poço para ouvir, para observar, para sair dele com a certeza que sou ainda mais eu e que posso voar ainda mais alto.

Fénix do eterno recomeço…

 

BV 14.09.2018

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