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Este verão no Porto vai descobrir as obras do metrobus

© Lusa

A construção do ‘metrobus’ do Porto avança na Avenida da Boavista e até já levantou velhos carris do elétrico, num esforço de uniformização daquela ‘artéria’ da cidade, apesar de não incluir uma ciclovia em toda a sua extensão.

“Encontrámos carris do antigo elétrico da STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto], que passava aqui ao eixo da avenida, outrora um transporte público que estamos novamente a pôr já mais ajustado aos dias de hoje, para conferir uma boa infraestrutura de transporte público à cidade”, disse à Lusa Pedro Carvalho, gestor de projeto da empreitada do ‘metrobus’ do Porto.

O novo serviço da Metro do Porto ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) em junho de 2024 com recurso a autocarros a hidrogénio, circulando em via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com os automóveis na Avenida Marechal Gomes da Costa.

A obra visa também coser a ‘manta de retalhos’ que é a Avenida da Boavista, alvo de quatro grandes intervenções que a deixaram heterogénea desde o ano 2000, data em que o elétrico deixou de percorrer toda a sua extensão.

“Junto à rotunda [da Boavista] e junto ao Parque da Cidade, a avenida tem uma certa diferença, uma heterogeneidade nas soluções arquitetónicas que encontrámos”, observa Pedro Carvalho, pretendendo que a obra pela qual está responsável coloque a via como “merece”.

Segundo o engenheiro, “esta intervenção permitirá criar uma uniformidade de fachada a fachada para a avenida, seja das colunas de iluminação, seja nos lancis, conferindo uma identidade própria à Avenida da Boavista”.

Lusa

Apesar da uniformização pretendida, à avenida ficará a faltar uma ciclovia em toda a sua extensão, já que será mantida no centro da via, junto ao canal do ‘metrobus’, no troço entre a Fonte da Moura e o Castelo do Queijo, mas não existirá na parte oriental, “por exiguidade de espaço” na avenida, que ainda assim albergará duas faixas para automóvel e uma para o ‘metrobus’ em cada sentido.

Questionado sobre se será possível uma convivência na via dedicada entre o ‘metrobus’ e meios de mobilidade suave, Pedro Carvalho disse que essa é uma questão que terá “de ser articulada com o município do Porto”.

Quanto ao restante arranjo urbanístico da Avenida da Boavista, fonte da Metro do Porto adiantou à Lusa que “só as árvores em mau estado fitossanitário e sem condições de sobrevivência serão abatidas, sendo que outras serão transplantadas”.

Relativamente ao estacionamento, a mesma fonte adiantou que os 227 lugares atualmente existentes na Avenida da Boavista entre a rotunda homónima e a Avenida Marechal Gomes da Costa passarão a 55, e os 257 lugares atualmente existentes na Marechal manter-se-ão.

Na ponte que faz a travessia da VCI, entre o Foco e o Pinheiro Manso, a Metro do Porto está a “renovar a superfície da passagem superior com pavimento e com a reabilitação da estrutura, mais a nível estético”, não se tratando de uma “intervenção estrutural”.

Além da própria infraestrutura viária, a obra está também a mexer no subsolo, renovando “muita da infraestrutura de recolha de águas pluviais e residuais na Avenida da Boavista, e inclusive também de abastecimento de água”.

O projeto está, por exemplo, a criar “um grande coletor das águas pluviais” na zona do Foco, renovando a rede de drenagem “que chegará à zona da VCI [Via de Cintura Interna]”, segundo Pedro Carvalho.

“Ainda estamos a articular essa questão com as Águas e Energia do Porto, também, para umas travessias sob a VCI para ligar à Ribeira da Granja, funcionando como um grande coletor de águas pluviais para a cidade”, detalhou.

A obra está, nesta altura, “a chegar ao pico de produção por causa dos dias maiores do verão e da redução no tráfego”, cumprindo sempre o “pressuposto inicial” de “manter sempre quatro vias abertas ao tráfego automóvel”.

Dando como exemplo um troço na zona do Pinheiro Manso, Pedro Carvalho diz que já foram preparadas “as duas vias do lado sul da avenida” e “um bocado o canal BRT [Bus Rapid Transit, vulgo ‘metrobus’]”, faltando concluir “os passeios do lado sul” e a zona central, para “fazer o canal de ‘metrobus’ propriamente dito”, que será pintado a verde e é a última coisa a fazer, “juntamente com as estações”.

A obra também já está na Avenida Marechal Gomes da Costa, ocupando atualmente a “zona entre a Praça do Império e a zona de João de Barros nos passeios”, onde se faz “o acerto de novas inserções urbanas” e se está a “rebaixar os lancis”, segundo Pedro Carvalho.

Quanto ao restante troço entre o cruzamento entre as avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa e a Praça Cidade do Salvador, conhecida como Anémona, o concurso público para executar a obra “será lançado em breve”.

O investimento no BRT é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e chega aos 66 milhões de euros, valores sem IVA, e as obras arrancaram no final de janeiro.

Estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo, e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

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