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Estarreja preparada para receber portugueses da Venezuela

O presidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina, afirmou que o município está preparado para o regresso de mais emigrantes da Venezuela, mas também para dar resposta a quem chega do Brasil e de outras origens.

Diamantino Sabina falava na inauguração do Gabinete de Apoio ao Emigrante de Estarreja (GAE), onde admitiu que “a questão da Venezuela foi o motivo maior para que rapidamente fosse criado o gabinete de apoio que já está a funcionar”, mas salientou que “outros fenómenos que não só os venezuelanos vão ocorrendo”, a que o gabinete procura dar resposta.

“Nestes tempos mais complicados temos muita gente do Brasil e também de países africanos. Nós, em Estarreja, estamos preparados com este novo gabinete e esperamos estar à altura das necessidades destas pessoas que procuram guarida em Portugal”, disse.

O presidente da Câmara realçou que Estarreja tem uma larga tradição migratória, sobretudo no século passado, com destino para a Venezuela, mas também para o Brasil, para França, para os Estados Unidos da América e para outros países, sendo a Venezuela proeminente, o que explica a vaga de emigrantes e luso descendentes venezuelanos que regressam ao município.

“Qualquer esquina de Estarreja mostra alguma faceta da Venezuela e muitos venezuelanos irão vir. Nós estamos aqui preparados para os receber o melhor possível”, declarou o autarca, que não soube precisar quantos já regressaram desde que se acentuou a crise venezuelana.

“Acredito que sejam muito mais do que mil, pois sabemos que há muitos emigrantes venezuelanos a procurar Estarreja por relações familiares, mas também pelo que tem sido a atividade da SEMA (associação empresarial), que tem orientado essas pessoas e conseguido arranjar-lhes emprego”, disse.

José Valente, presidente da SEMA, revelou que aquela associação empresarial, durante o ano de 2018, colocou mais de 500 oriundos da Venezuela no mercado de trabalho e que, só no mês de janeiro de 2019, esse número está próximo da centena.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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