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Empresário português na Suíça: estamos bem integrados e em todos os ramos

Bruno Pombal, empresário português emigrado na Suíça há cerca de 30 anos, saiu de Portugal juntamente com os pais e com o irmão, de apenas nove meses. Ambos completaram os estudos na escola suíça mas, o então jovem, natural da aldeia de Nogueira, Vila Real, confessa que teve de se adaptar a uma nova realidade. “Vínhamos de uma aldeia de gente pobre e humilde, (e) aqui tínhamos tudo. Como comecei logo na escola, foi mais fácil porque outros alunos eram de países que também não sabiam falar (alemão)”, afirmou.

Bruno tirou um curso “de estradas” mas anos mais tarde acabou por fundar o “Clube Girassol” com o seu pai, projeto direcionado para a comunidade portuguesa na cidade de St. Gallen. Posteriormente, “o Girassol foi vendido a outro português e ainda está aberto”.

De seguida, foi fundada a “Pombal”, pastelaria que teve um bom impacto inicial e que acabou nas mãos de outro empresário lusitano. No entanto, “a casa não vingou porque a comunidade portuguesa não aderiu”.

Seguiu-se uma aventura pelo mercado italiano com um colega transalpino. “Criámos o Boccia Club”, que gerimos durante três anos e onde conseguimos misturar “a comunidade portuguesa e italiana, algo que nunca tinha acontecido”.

Mais tarde, surgiu a oportunidade de explorar a restauração helvética, projeto que levou à criação do estabelecimento gastronómico “Weisser Hirsch”. Este acabou negociado por um outro empresário português.

A aventura pelo mundo da restauração viria a terminar em 2018, sob chefia do “El Toro”, clube espanhol que Bruno vendeu para reingressar no negócio das remodelações. Em 2019, nascia a FB GeneralBau, uma empresa cogerida com o primo Filipe Bento, que emprega “portugueses, suíços, italianos e até africanos”.

Olhando para trás, Bruno sente que os portugueses “estão muito melhor (integrados) agora. As primeiras pessoas que vieram para St. Gallen tiveram mais dificuldades, mas agora estão bem adaptadas”, confessou ao BOM DIA.

Questionado sobre a relação entre o povo português e o suíço, Bruno Pombal afirma que os lusitanos são vistos como “um povo trabalhador”, ainda associado à construção civil, embora “aqui os portugueses trabalhem em quase todos os ramos”.

Quanto à adaptação dos filhos, já nascidos em território suíço, Bruno julga que “a adaptação não é muito diferente. Uma criança aqui, aos 16 anos, tem oportunidade de tirar um curso e pode escolher o curso que quiser. No entanto, também pode continuar a estudar”.

Questionado ainda sobre os últimos 30 anos, Bruno Pombal faz um balanço muito positivo mas admite que “se os meus filhos quiserem ir mais rápido para Portugal, eu também vou”.

 

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