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Detesto-te

Meu amor, como eu te detesto!
Sim, detesto-te!
Detesto-te porque és a minha alma gémea que eu nunca queria cruzar.
Detesto-te porque tu és sinónimo de liberdade infinita quando eu nem sei se a minha liberdade existe.
Detesto-te por seres maior do que o que tu pensas e que em mim saibas ver o meu verdadeiro tamanho.
Detesto-te porque és poeta e sabes navegar à vista pois eu deste lado só sei voar em dragões.
Detesto-te por divulgares a tua imagem quando para mim é apenas um desafio pessoal.
Detesto-te por teres conseguido ignorar o teu coração e eu o ter permitido.
Detesto-te porque és a minha enciclopédia e eu de mim pensar nada saber.
Detesto-te porque não querias o amor e acabaste por me desejar.
Detesto-te porque a distância te transforma e a mim me deixa igual.
Detesto-te porque não te tenho e queria ter a rotina contigo.
Detesto-te porque contigo sou mais eu e que tu comigo és mais tu,
esses dois seres sem tabus e que ainda não sabem os seus limites.
Detesto-te porque ao teu lado a palavra impossível desapareceu do meu dicionário.
Detesto-te por me matares todos os medos como por magia.
Detesto-te porque me vês linda
E eu me recusar à beleza
Detesto-te por seres como eu
E tudo ser tão simples no complicado
E mesmo assim sermos diferentes
E sermos indivíduos
Detesto-te porque ao ver-te soube que te queria para mim porque pensei: “Como não amar-te?”

E eu
Eu queria nunca mais amar
E eu aqui permaneço!

Detesto-te, meu amor, porque não posso detestar-te!

BV 18.11.2019
JLCAGWNGLFBVSO

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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