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Cultura na base das relações entre Portugal e Brasil

As relações entre Portugal e Brasil, presentes em vários aspetos de cooperação diplomática e económica, também avançam através da cultura, frisou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, num artigo publicado esta semana no jornal Folha de São Paulo.

O artigo foi escrito no âmbito da reabertura do Museu de Língua Portuguesa, na cidade brasileira de São Paulo, descrito pelo ministro como um espaço cultural que “amplia o acesso de todos ao maior ativo conjunto de Portugal, Brasil e demais nações lusófonas: essa língua que só é o que é hoje graças ao falar quotidiano de milhões de pessoas (…) e o trabalho criativo de tantos escritores e artistas, de Clarice Lispector a António Lobo Antunes, ou de José Saramago a Chico Buarque de Holanda”.

Segundo Santos Silva, a reinauguração do museu, fechado em 2015 após ser atingido por um grande incêndio, enquadra-se numa corrente de contactos e projetos comuns entre Portugal e o Brasil.

O ministro dos Negócios Estrangeiros recordou o Prémio Camões, financiado pelos dois países, o Prémio Monteiro Lobato, dirigido à literatura infantojuvenil, e destacou “a colaboração regular” das embaixadas dos dois países por todo o mundo, “assim como das delegações da Rede Brasil e do Instituto Camões”.

Nos próximos meses, esta cooperação será tema de várias iniciativas que permitirão aprofundar os encontros culturais entre portugueses e brasileiros, destacou ainda Santos Silva.

“Isso é vital para o interconhecimento baseado nas realidades do presente e atento ao pulsar moderno das duas sociedades, que é a melhor maneira de fugir de simplificações, lugares-comuns e preconceitos”, defendeu.

Portugal será o país convidado de honra da Bienal do Livro de São Paulo de 2022 e para se associar às comemorações do segundo centenário da independência do Brasil, também em 2022.

“A cooperação entre os povos português e brasileiro pode ser assemelhada a uma árvore. Com tronco robusto, que é a língua comum. Com os seus ramos, que são as áreas de partilha e ação. Com flores vistosas e frutos saborosos, que são os resultados que vamos produzindo e colhendo”, apontou Santos Silva.

“Com raízes antigas e profundas, que é a história cruzada de gerações de mulheres e homens de todas as condições. E qual é a seiva que percorre e alimenta tal árvore, senão a cultura? Eis também o que significa a reabertura do Museu da Língua Portuguesa”, concluiu o chefe da diplomacia.

A cerimónia de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa realiza-se no sábado, 31 de julho, num evento só para convidados, que contará com a presença dos Presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, além de autoridades brasileiras.

Instalado na histórica Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa foi reconstruído após o incêndio de dezembro de 2015.

Um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma no mundo, o espaço promove um mergulho na história e na diversidade do idioma através de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos.

A reconstrução do Museu teve como patrocinador principal a EDP Brasil, seguida da Globo, do Itaú Unibanco e da companhia Sabesp, apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal brasileiro, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A responsável pela gestão do Museu de Língua Portuguesa é a organização social IDBrasil Cultura, Educação e Esporte.

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