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Crónicas nada-fantásticas sobre o Mundial (6)

Magnânime leitora e distinto leitor, muito bem-vindos a mais uma crónica nada-fantástica sobre o Mundial mais multicultural de que há memória na história do futebol ao ponto de, praticamente, qualquer terráqueo poder sentir como sua a vitória da selecção vencedora do Mundial da Rússia 2018. Por exemplo, dos 23 jogadores da selecção francesa, 14 têm ascendência africana o que ilustra bem a diversidade étnica, religiosa e cultural das actuais selecções de futebol. É caso para dizer que se a Europa fechasse as portas à imigração sempre queria ver se as quatro equipas finalistas do Mundial de Futebol continuariam, no futuro, a ser do velho continente…

Brasil x Bélgica: Courtois, com uma exibição de luxo, cortou pela raiz o sonho da selecção canarinha de passar às meias-finais. Bem… a verdade é que o goleiro Courtois não fez tudo sozinho, tendo a preciosa ajuda de Fernandinho, seu adversário. Como é bonito ver adversários de selecções rivais trabalhando em conjunto para o mesmo fim, não concorda estimado leitor? O Papa ainda tentou animar o povo brasileiro após a derrota no Mundial: “Será para a próxima” – proferiu o Santo Padre. Já sobre os argentinos, Francisco nem se atreveu a abrir a boca porque não fica bem a um Papa dizer palavrões…

Uruguai x França: Também aqui foi bonito de se ver jogadores de equipas adversárias a trabalharem em prol de um objectivo comum. Que o digam Griezmann e Muslera, ambos empenhados na vitória da França! E jogo de galos sem frango vítima de bullying não tem piada! O Uruguai não passou às meias-finais. Aposto que é como Portugal: quais meias, quais carapuça: somos mesmo bons mas é nos descalços-de-finais, senão veja-se os nossos êxitos no futebol de praia…

Suécia x Inglaterra: Ao vencer a selecção do país do onanismo mobiliário pragmático (monte você mesmo), a selecção da pátria do futebol quebrou um jejum de 28 anos sem qualquer presença em meias-finais de Campeonatos do Mundo. Pode-se dizer, com propriedade, que a chave inglesa foi eficaz a desmontar o mobiliário sueco que estava montado em frente à baliza dos nórdicos…

Rússia x Croácia: Grande jogo de futebol de ambas as equipas com especial destaque para Mário Fernandes (pelo nome, dá para perceber imediatamente ser este jogador de origem russa) que tanto fez vibrar os russos quando marcou contra a Croácia (permitindo à Rússia ir ao desempate por grandes penalidades) como fez gelar os mesmos russos quando falhou um penalty. O outro russo que falhou um penalty foi o Pudim de Ovos… Doce de Ovos… Lampreia de Ovos… Molotov… Smolov! É isso: o outro russo que falhou um penalty foi o Smolov! A presidente da Croácia foi ao balneário festejar a vitória com os jogadores em tronco nu. Será que ela viu o ‘penisic’ deles? E aposto que a seguir foram todos, jogadores e presidente, degustar a fantástica especialidade gastronómica de Sóchi: as famosas sóchichas!

França x Bélgica: “Umtiti, umgolo” foi quanto bastou à França para carimbar o passaporte para a final de Moscovo, no Estádio Lujniki. Valeu ao galo Umtiti a sua crista para empurrar a bola para o fundo das redes de Courtois e gritar bem alto ‘cocorococó’! Dizem as estatísticas oficiais que o golo que apurou a França foi 66.º de bola parada. Ora, eu não consigo entender: se a bola estava parada então como é que ela entrou na baliza?

Croácia x Inglaterra: Os ingleses [ic!] até que começaram [ic!] bem, com um golo [ic!] precoce de Trippier [ic!]. Os homens leais [ic!] a sua majestade (pelo [ic!] menos mais respeitadores [ic!] do que Donald Trump) lá [ic!]  conseguiram aguentar a vantagem [ic!] até ao minuto 68, [ic!] momento que em Perisic [ic!] demonstrou ainda não [ic!] necessitar de Calcitrin [ic!] nem de Voltaren Emulgelex. Finalmente, já [ic!] no período de prolongamento, Mandzukic [ic!] aproveitou o facto dos defesas [ic!] ingleses estarem a ter devaneios [ic!] eróticos com Isabel II e [ic!] pimba: marcou para a [ic!]  Croácia!

Bélgica x Inglaterra: Inglaterra vai para casa com zumbidos nos ouvidos, ou seja, com a Síndrome de Ménière (semelhança com Meunier, autor do primeiro tento belga) o que constitui, só por si, um grande Hazard em termos de saúde. A rainha Isabel II não merecia isto: é o Donald Trump a ignorá-la, é uma selecção da União Europeia a exclui-la do Mundial. Pobre mulher…

França x Croácia: Depois de erguer o troféu há 20 anos em Paris, como jogador, Didier Deschamps voltou a erguer o troféu do Mundial de Futebol, agora como seleccionador. Claro que o troféu não foi o mesmo, foi outro, pois a FIFA ainda não faz reciclagem de troféus. Para completar em grande a sua carreira no futebol, já só falta a Deschamps candidatar-se a presidente do Sporting Clube de Portugal. Já os Croatas ficaram tristes, não propriamente por perderem o jogo em si, mas porque a sua presidente lhes havia prometido um show de striptease no balneário, caso ganhassem. Assim, o único sortudo que vai ter direito a um ‘privado’ da senhora presidente vai ser Luka Modric, eleito o Melhor Jogador do Mundial 2018.

E assim chegámos, caro leitor/a ao final de uma série de crónicas nada-fantásticas dedicadas ao Mundial de Futebol da Rússia, com o sentimento de dever cumprido, uma vez que temos noção que os textos escritos não estão nada fantásticos! Pode pensar o estimado leitor/a que estou a meter um autogolo na própria baliza, pois que seja: também Mandzukic fez o mesmo na final e não foi por isso que a final deixou de ser uma final com todas as emoções que a mesma comporta, repleta de fantásticos espectadores e momentos mágicos. E viva o futebol: Liberté, Égalité, Footballité!

(Esta crónica foi escrita em parceria com o meu filho Diogo Luís, estudante na Universidade do Porto).

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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