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Construção off-site: como funciona este método diferenciador no setor residencial

Construção off-site: como funciona este método diferenciador no setor residencial?

Para poder falar da construção off-site, primeiro temos de perceber em que consiste – no fundo, construção ‘off-site’ é toda a construção feita fora do local onde o projeto vai ser executado.  

O que distingue a construção off-site dos modelos tradicionais é o facto de ser feita previamente à execução da obra. Isto significa que as estruturas necessárias para a construção são pré-fabricadas num outro lugar, e depois transportadas para o local da obra, onde basta fazer a montagem dos módulos e fazer acabamentos. 

Será necessário considerar a distância da fábrica para o local onde pretende instalar a casa, e ter acesso a guindastes para movimentar e colocar no local exato as peças. Também será necessário pensar que terá de contratar um serviço que ofereça veículos pesados de grande transporte, como os camiões e máquinas de construção da Truck 1 em Portugal apresenta no seu catálogo online, além de mão de obra especializada.

Onde já se verifica a adoção desta tipologia de construção?

Este modelo de construção tem-se revelado uma opção sustentável e económica, quando comparada com a construção tradicional, e apesar de em Portugal os números ainda não serem significativos, países como Singapura, Austrália e Reino Unido adotam cada vez mais edifícios modulares para atender à escassez de mão de obra e moradias, e países nórdicos como a Suécia já constroem 90% das residências unifamiliares em madeira pré-fabricada.

Também na Alemanha, a industrialização da construção de casas representa 9% do total da construção habitacional e na Holanda, essa percentagem sobe para os 50%. 

Os principais benefícios da construção off-site

As WikkelHouses, casas sustentáveis que podem ser construídas em 24 horas, são um bom exemplo para avaliar as principais vantagens da construção off-site. O processo construtivo inicia-se fora do local onde será instalada a casa modular, com a formação da estrutura com grandes tiras de um papelão de 24 camadas e cola de alta resistência (revestida por fora a madeira e por dentro madeira ou outro material selecionado), formando blocos com cerca de 1,2 metros de largura.

Estas estruturas são depois transportadas para a zona de instalação da casa, com a ajuda de guindastes e camiões, sendo que a dimensão da casa é definida com base na escolha da quantidade de blocos que o cliente pretenda escolher. Outra vantagem deste tipo de construção é que é possível ser desmontada e transportada para outro lugar.

Essas vantagens, prometem revolucionar o setor da construção e da habitação, como demonstra a crescente procura por parte dos consumidores por casas modulares, que tem aumentado bastante desde o início da pandemia. 

Citado pelo Jornal de Negócios, Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), revela que, perante o contexto atual de falta de mão de obra especializada, de elevados preços de matérias-primas e de altos custos de construção, “tem havido um interesse crescente neste domínio”.

Ainda segundo Manuel Reis Campos, a construção industrializada “tem inúmeras vantagens”, como “maior controlo dos recursos e materiais, menor desperdício, produção mais rápida, menos deslocação de recursos e construção mais sustentável”. 

Sobre os custos, Reis Campos adianta que com a construção ‘off-site’ é possível reduzir em 30% os gastos de transporte, 40% os dos materiais, 40% o tempo gasto e em 80% o CO2.

“Quando estamos perante um contexto em que se verificam subidas de preços de referência de matérias-primas essenciais para esta atividade, como o alumínio e o cobre, de 42% e 25% respetivamente, em 2021, ou se aponta para a necessidade de 70 a 80 mil trabalhadores no setor, todas estas reduções de custo e aumento de eficiência ganham uma maior relevância”, referiu o responsável, citado pela publicação. 

Porquê o interesse crescente na construção pré-fabricada?

Ainda que existam desvantagens, existe também um interesse crescente neste tipo de construção. Segundo o Archdaily, esse interesse é justificado pelo fato de que agora podemos fazer melhor, e o que significa isso? 

Nesta era tecnológica automatizada, ferramentas digitais inovadoras tornam a pré-fabricação muito mais fácil. Em vez de criar edifícios repetitivos padrão para diferentes tipos de utilizadores, essas novas tecnologias permitem que os clientes participem e os edifícios se adaptem às necessidades em constante mudança. 

Portanto, é claro que a construção remota – com a ajuda da inovação digital – está a mudar radicalmente as regras do projeto arquitetónico. Isso leva a algumas questões importantes: como abraçar essas novas “regras do jogo” para colocá-las a favor de uma melhor qualidade de vida global? Será que esta solução irá proporcionar maior equidade no acesso à habitação?

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