Ciência: Português participa em estudo que usa IA para poupar tempo e dinheiro

O cientista português Tiago Costa, professor de Patogénese Bacteriana no Imperial College London, participou num estudo inovador que mostra como a Inteligência Artificial (IA) pode acelerar as descobertas científicas, economizando tempo e recursos. A IA do Google resolve em 48 horas problema que cientistas como Tiago Costa, levaram uma década para solucionar.
A investigação, realizada em colaboração com universidades prestigiadas como Stanford e Houston Methodist, revela o impacto de uma ferramenta de IA desenvolvida pela Google. Esta ferramenta, conhecida como “co-cientista de IA”, utiliza a plataforma Gemini da Google para propor novas hipóteses científicas e criar protocolos de investigação detalhados. O sistema, optimizado para a biomedicina, é capaz de sugerir novas abordagens para doenças complexas e reorientar medicamentos existentes para combater patologias resistentes. Segundo Tiago Costa, os resultados são promissores.
De acordo com o site https://www.asnoticias.co.uk/, um dos casos em que a IA foi decisiva envolveu a investigação de uma família de vírus que até então era desconhecida. Tiago Costa e a sua equipa estavam a estudar como estes vírus utilizam diferentes “caudas” para infetar várias espécies bacterianas. Após anos de muita pesquisa, a ferramenta de IA apresentou, em apenas dois dias, a mesma hipótese que a equipa de investigadores demorou quase dez anos a desenvolver.
José Penadés, professor de microbiologia na universidade londrina e um dos cientistas envolvidos, contou à Lusa como ficou chocado ao perceber que a ferramenta de IA tinha oferecido a mesma solução sem ter acesso ao trabalho e experiências realizadas.
A descoberta que surgiu da investigação está relacionada com novos fagos híbridos, que poderão ser usados no tratamento de infecções bacterianas multirresistentes aos antibióticos. Este avanço será publicado brevemente em uma das principais revistas científicas internacionais.
Apesar dos impressionantes resultados, Tiago Costa ressalta que a IA não substitui o trabalho científico tradicional, mas ajuda a acelerar o processo. Porém, o trabalho experimental e a interpretação dos resultados são insubstituíveis. Assim sendo, a vantagem está no ritmo com que se consegue realizar o trabalho, sem perder tempo com hipóteses pouco viáveis.