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Carlos Tavares: o lusodescendente “salva-marcas”

Em 2012, o grupo PSA estava à beira do colapso, ao ponto de a família Peugeot ter que vender cerca de metade das suas ações da empresa. Cinco anos depois, em 2017, a PSA fechou o ano com o recorde de lucros de toda a sua história. A solução passou pela liderança do lusodescendente Carlos Tavares e pelas medidas que aplicou à empresa, que hoje se situa confortavelmente logo a seguir às marcas premium e à Toyota, no indíce de lucro por carro vendido.

Agora que se aproxima o primeiro aniversário da compra da Opel pela PSA, torna-se claro que a “fórmula Tavares” que salvou a PSA está igualmente a ser aplicada à Opel, uma marca que acumulou prejuízos nas últimas décadas.

Carlos Tavares está a racionalizar, a cortar em todos os custos que não são essenciais. Por exemplo, reduzir o número de opções de cada modelo e concentrar os esforços nas que mais se vendem. Ao mesmo tempo, aumentar as sinergias, que neste caso já começamos a assistir com o CrosslandX e o GrandlandX a usarem plataformas da PSA. O mesmo vai acontecer com o novo Corsa, que utilizará a plataforma do 208 e com o futuro Astra, que passará a ser feito sobre a plataforma do 308. Em terceiro lugar, a “fórmula Tavares” passa pela valorizaçãos dos seus modelos, promovendo as versões mais equipadas, que trazem mais lucro e travando fortemente as políticas de descontos.

Na parte industrial, Tavares não assenta a sua estratégia nos despedimentos em massa. Claro que são feitos alguns e também reformas antecipadas, mas a rentabilização é o principal objectivo: cada carro deve ser feito pelo menor número possível de operários. Outra das práticas que Carlos Tavares tem aplicado nas fábricas da PSA, é colocá-las em competição directa umas com as outras, pela disputa do previlégio de poderem produzir um dado modelo. Qual a fábrica que apresenta um conjunto de propostas capazes de garantir a produção com maior eficiência? É esta pergunta que Tavares faz às fábricas da PSA e que gera uma competição interna com resultados positivos na rentabilidade.

Nos cinco primeiros meses, após a aquisição da Opel, a PSA conseguiu cortar 17%  nos custos de operação, mas isso foi só o início. A implementação de todas estas medidas será fundamental para que a PSA consiga atingir os seus objetivos de colocar a Opel nos lucros já em 2020, triplicando depois a margem nos seis anos seguintes, para se aproximar dos padrões do resto das marcas do grupo.

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