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Banda de emigrantes no Reino Unido atua pela primeira vez em Portugal

A banda de música portuguesa Tribvto, formada no Reino Unido há dois anos, vai tocar vez pela primeira vez em Portugal em agosto, onde está a maioria dos admiradores.

Apesar de já terem feito alguns concertos em palcos britânicos, a plataforma de música Spotify mostra que a maioria das pessoas que escutam o álbum de estreia “De Malas Aviadas” estão no país de origem dos músicos e não no país onde residem atualmente.

“A única reação que temos é através do Instagram e do Spotify”, disse o guitarrista e produtor Pedro Neves, enquanto o bandolinista, Miguel Guedes, não esconde que “é um sonho” tocar em Portugal.

Os Tribvto vão ser a primeira banda estrangeira a participar num Concurso de Bandas de Vizela, no dia 01 de agosto em Santa Eulália, na mesma eliminatória que os Souldados, de Lisboa.

No dia 02 tocam nas festas da Vila do Gerês e no dia 03 fecham esta mini-digressão no Porto.

Na bagagem levam a esperança de tornar o grupo mais conhecido, para conseguirem mais concertos e poderem dedicar-se mais aos projeto, até agora feito em paralelo com as respetivas profissões e empregos.

“As perspectivas que temos é fazer mais música e poder fazê-lo com tempo e liberdade, e ter mais concertos e espaço para mostrar aquilo que conseguimos fazemos e fazer mais disso”, adiantou à agência Lusa Pedro Neves, um gestor de frota de carros de aluguer no aeroporto de Stanstead.

Conheceram-se por acaso num café português em Bishop’s Stortford, uma vila a 65 quilómetros a nordeste de Londres, onde vivem, e começaram a tocar músicas de outros grupos, como os Deolinda.

“Ao tocarmos ‘covers’, percebemos que podíamos fazer algo diferente e fazer algo nosso. Começámos na brincadeira a escrever letras, a fazer a música, e quando nos apercebemos já estávamos envolvidos num projeto musical”, recordou a vocalista, Cristina Pereira Ratanji, que também toca bandolim, mas que trabalha como assistente social.

Pedro Neves usou a formação em engenharia de som para gravar o disco de nove temas originais no próprio quarto, com equipamento que a banda comprou coletivamente.

“Usámos o período de ‘estúdio’ para compor, para experimentar, para ter algum espaço de manobra para poder criar coisas. Deu-nos alguma liberdade em termos de tempo para poder organizar as ideias”, adiantou.

O marido de Cristina, Paulo Pereira Ratanji, que, tal como vários membros do grupo, tinha participado em tunas académicas, aplicou outro talento, o do desenho, para criar a capa do CD.

Na ilustração, os cinco elementos dos Tribvto, que incluem o percussionista Nelson Henriques, aparecem a atravessar uma estrada numa povoação com casas portuguesas, numa cena que remete para a célebre fotografia dos Beatles em Abbey Road, em Londres.

O nome da banda é a homenagem às raízes, apesar de não terem planos de sair do Reino Unido, onde chegaram para fugir à crise económica em Portugal.

“Seremos sempre uma banda portuguesa de Portugal: somos todos portugueses, tocamos música portuguesa, apenas estamos no estrangeiro. O que poderá eventualmente ter tornado a música ainda mais portuguesa”, vincou Neves.

O viver fora do país também os aproximou como amigos e a cumplicidade é visível no ambiente bem disposto e familiar dos ensaios semanais na sala de estar de Paulo e Cristina, durante os quais o filho brinca com a filha de Nelson Henriques.

“Este grupo só existe porque nos encontrámos aqui. Se estivéssemos em Portugal, nunca nos teríamos encontrado porque somos de zonas diferentes do país, e acho que isso também fez com que sentíssemos que foi um bocadinho o destino que nos trouxe aqui e nos fez criar este projeto e fazer música”, acredita a vocalista.

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