De que está à procura ?

Colunistas

Apresentação da IV Antologia de poetas lusófonos na diáspora no Luxemburgo

A IV Antologia de poetas lusófonos na diáspora será apresentada no próximo 2 de dezembro, pelas 19h, no Luxemburgo, numa organização do Camões — Centro Cultural Português e com o apoio da Embaixada de Portugal no Luxemburgo.

Esta é a quarta edição de um projeto concebido para dar voz aos poetas portugueses, espalhados pelo mundo, pela editora Oxalá, Editora com sede em Dortmund, Alemanha.  As edições anteriores já haviam reunido um conjunto alargado de poetas que num registo poético deram voz aos seus sentimentos, emoções, vivências, sonhos e medos do que é a experiência de se viver longe do país de origem.

Para esta IV edição o editor Mário dos Santos convidou-me para realizar o trabalho de coordenação dos poetas e dos poemas. Sendo eu própria poetisa e a minha obra ser um espelho desse sentimento ambíguo de estar perto, estando longe, de distância e proximidade, não seria difícil aceitar o desafio. Organizar estes poemas foi, portanto,  um exercício de alteridade, de caminhada em direção a outros modos de escrever e entender o processo poético de dizer o sentimento de ausência ou de pertença. Foi, também, uma aproximação a outras vozes, a outros sentires. A outros modos de viver e dizer a saudade, a distância. A modos distintos de se construir a imagem das nossas raízes, da familiaridade ao que é novo, na construção de uma nova dialética entre nós e os outros.  Esta obra, constituída por 29 poetas, cujos poemas transportam na construção das imagens e das metáforas a revelação de um sentir que se multiplica nas vozes dos poetas e na diversidade geográfica.

Escrever a Portugalidade não é apenas um exercício de saudosismo ou nostalgia. Nos poemas que compõem este livro viajamos pelos trilhos da memória, nas vivências de sentimentos amorosos, mas também, por uma nova forma, mais positiva, mais límpida de olhar a experiência da emigração e sobretudo de compreender as relações humanas e interculturais. Imigrar, não se define apenas pelo movimento de partida, mas muito, pelo movimento de chegada. Pelo novo país que conheceremos, lugares diferentes, cidades que se tornam casa e lar. Pela diversidade cultural, linguística e sobretudo humana  que a mobilidade humana nos concede.

Acrescentando valor à antologia, o prefácio do historiador Daniel Bastos, veio confirmar a pertinência destas iniciativas de divulgação. Seja na tentativa de dar voz aos inúmeros poetas de língua portuguesa espalhados pelo mundo, seja na “incessante afirmação da dignidade da diáspora portuguesa.”   

São Gonçalves

Coordenadora da Antologia

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA