Ana Maria Pica e Paulo Pisco: fotografias para inglês ver e jantaradas que não resolvem nada

Na Suíça, a comunidade portuguesa está cansada de ver sempre os mesmos rostos — Ana Maria Pica e Paulo Pisco — de mãos dadas, a tirar fotografias para o inglês ver e a meter os pés debaixo da mesa para as habituais jantaradas, enquanto muitos compatriotas enfrentam sérias dificuldades sem qualquer apoio.
A nomeação de Ana Maria Pica como número dois pelo Círculo da Europa causou surpresa e indignação entre os emigrantes. Descrita como a cópia de Paulo Pisco, é uma figura que nunca se fez notar por defender os que caíram na desgraça. Apesar de ligada ao sindicalismo, a sua acção centrou-se mais na angariação de membros para a Unia do que em lutar pelas necessidades concretas dos portugueses na Suíça.
Paulo Pisco, por sua vez, apenas se lembrava dos emigrantes perto das eleições. Nunca participou em debates nem realizou qualquer live para se inteirar dos problemas graves da emigração. Tudo o que soube foi-lhe transmitido durante visitas em campanha eleitoral ou, mais frequentemente, pelo telefone, através de informações feitas chegar por Quelhas, da revista Repórter X. Durante todo o seu mandato, foi pouco mais do que uma sombra. Tal como outros no seu grupo político, preferiu concentrar-se em assuntos de terceiro plano — como o duplo imposto, o RNH ou o programa Regressar — deixando para segundo plano os verdadeiros dramas dos emigrantes: os casos com a SUVA, a SVA ou os abusos da KESB.
Quanto a Ana Maria Pica, participou numa reunião e numa live com lesados da SUVA, mas apenas porque foi convocada por João Carlos Quelhas da Revista Repórter X, que também envolveu o Consulado-Geral de Portugal em Zurique. Mesmo assim, nada de concreto foi desenvolvido. Tanto no papel de sindicalista como no de mão direita de Paulo Pisco dentro do Partido Socialista, manteve a linha do “mais do mesmo”: presença marcada, acção nula.
A contínua proximidade entre Pica e Pisco, visível em almoçaradas, jantares e poses mediáticas, reforça a percepção de uma representação desligada da realidade. Para muitos na diáspora, são dois rostos de uma política decorativa, que aparece quando convém, mas não está quando é realmente precisa.
A comunidade portuguesa na Suíça continua à espera de quem represente, com verdade e coragem, os que vivem fora e enfrentam dificuldades todos os dias.
João Quelhas