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Abraço

© DR
São estas as madrugadas do espanto
A vida a deslizar nas searas a céu aberto
A força da luz adentrando-se na concavidade das horas!
Há tanta força na constelação divina!
Mas, eu sou o pequeno  grão espalhado no caminho.
A melancolia  da terra lavrada
A desesperança no colo das mulheres sem pão.
A voz e o silêncio rasgado
O grito das mães famintas do riso dos filhos.
E, eu,  me resguardo no silêncio das árvores,  na cadência do azul do céu!
Na vontade peregrina de querer ser mais do que apenas, abraço.
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