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A PIDE virtual

Nos dilúculos da informática um amigo apresentou-se para tirar a Carta de Condução no interior recôndito do país. Pretendo dizer que em terreno de pouca literacia, e então, total iliteracia informática, até pelo que se lerá a seguir. Disse, ele, estar a aprender informática. Imediatamente aduziram: “Ahhh! Não admira!

Para os autóctones aquilo representava toda a sabedoria contida numa só pessoa. Não eram estes, necessariamente, desprovidos de bagagem ou conhecimento. Digo devido à interioridade, até porque no interior destas regiões constatei muitos elementos que sustentam que as coisas não são realmente assim. (Um dia poderei falar disso).

Os instruendos reagiram assim quando o meu amigo disse, então, trabalhar em computação, e ao verificaram que era bom aluno – onde ouvi ou li eu isto?! – aduziram, “não admira”, mas admirava imenso! Total era a novidade e o mito desurbano de que toda a sabedoria se concentrava num computador.

Eram até os computadores, frequentemente, responsáveis por toda e qualquer falha nalgum serviço público, como se o computador possuísse mais do que o homem lhe mete dentro ou obedecia às ordens do utilizador. – Hoje a coisa já merecia ser mais escalpelizada porque se ainda não domina o homem – e até domina em grande parte, breve chega o tempo em que se vai sentir dentro dumas órbitas que não vão permitir sabermos como somos e quem somos, e vamos estar real, ansiosa e assustadoramente num ponto sem retrocesso em antítese àquilo que é mister da informática: ajudar-nos, simplificar-nos a vida. Torná-la mais segura, concentrando a nossa informação numa perspectiva de termos os nossos dados mais acessíveis e não uma PIDE como me diz muitas vezes um senhor ante tanta informação de dados que ele, na sua pouca instrução, define assim e com muita, com toda a razão.

Transponhamos isto a um dos diversos e variados níveis, um que eu já verberei por mor da novela do hacker Rui Pinto, que concita diversos prós e não tantos contras – é, mas é quase tudo a favor e visto como um herói, que continua a  fazer lembrar os crimes de colarinho branco – os do senhor Pinto serão azuis? – em que são endeusados e aclamados ao saírem das audiências, tribunais ou a…i… n…d…a… Assembleia da República.

(Claro que isto enquanto não nos tocar, ou não julgarmos tocar, directamente pelas mais diversas razões. E muitas delas de lesa a pátria de todos nós. Mas isso é, vai sendo, e voltará a ser outro assunto. De cada vez)?

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)
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