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101 anos depois La Lys deixou “lastro profundo”

O ministro da Defesa esteve em França para um encontro com a homóloga francesa e uma homenagem aos soldados portugueses mortos na Primeira Guerra Mundial, adiantando que o laço estratégico entre os dois países continua a desenvolver-se.

“Achei extremamente emocionante e impressionante o facto de as pessoas sentirem que estas comemorações não são meros rituais, mas fazem parte da nossa experiência do presente. […] La Lys e a Primeira Guerra Mundial é algo que deixou lastro profundo, que ainda hoje se faz sentir e se vai construindo [entre França e Portugal]”, afirmou João Gomes Cravinho em declarações à Lusa, depois de ter participado nas cerimónias de homenagem.

O ministro participou esta manhã na tradicional homenagem da comunidade portuguesa e das autoridades francesas às centenas de soldados portugueses que morreram na Batalha de La Lys, na Flandres, durante a Primeira Guerra Mundial.

As cerimónias começaram com uma missa campal no Cemitério Militar Português de Richebourg, seguida por uma visita ao Monumento aos Mortos, em La Couture.

O governante aproveitou a ida a França para um encontro bilateral com a sua homóloga francesa, Florence Parly, e houve um acordo para maior sensibilização dos restantes parceiros europeus para as situações na República Centro Africana e no Mali.

“Falámos bastante sobre a situação da República Centro Africana e do Mali, que são situações particulares de Portugal e de França no âmbito da União Europeia, mas que sentimos a necessidade de trazer essas preocupações para junto de outros parceiros europeus e é algo que vamos fazer em comum”, disse o ministro.

Os dois ministros agendaram ainda um encontro entre representantes dos ministérios, do setor estatal da indústria de Defesa e representantes do setor privado, para uma reflexão conjunta sobre a reorganização da Defesa europeia.

“Há um interesse mútuo em termos de colaboração em termos das nossas indústrias de Defesa. Estamos numa fase em que por causa da Cooperação Estruturada Permanente da União Europeia e do futuro Fundo Europeu de Defesa, as indústrias de Defesa de toda a Europa estão numa fase de reorganização e contamos ter uma ligação estreita entre as indústrias portuguesas e francesas […] para refletir sobre a forma como cada um está a trabalhar no âmbito desta reorganização”, indicou o ministro.

O jantar com Florence Parly serviu ainda para acertar calendários sobre a Iniciativa Europeia de Intervenção, uma iniciativa francesa que começou no final do ano passado e que tem como missão criar uma cultura partilhada de defesa, desenvolver o pragmatismo operacional e a cooperação entre Estados.

“Temos uma reunião agendada em Setembro, na Holanda. Esta iniciativa ajuda a que o Reino Unido, que está a sair da União Europeia, não saia da Europa em termos de Defesa e como participa nesta organização, temos logo aí um mecanismo através do qual mantemos ligação com os britânicos”, concluiu o governante.

Esta iniciativa reúne 10 países europeus: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Países Baixos, Portugal e Reino Unido.

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