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Zé Pedro recordado com espetáculo no Super Bock Super Rock

O guitarrista Zé Pedro, “figura transversal” da música portuguesa, foi homenageado esta quinta-feira no festival Super Bock Super Rock (SBSR), em Lisboa, com um espetáculo de “coisas bonitas”, que passou em revista a carreira do músico.

Figura de proa dos Xutos & Pontapés, Zé Pedro, que morreu no ano passado, juntou hoje no palco da Altice Arena um grupo alargado de músicos, entre os quais estavam filhos e sobrinhos dos elementos da banda que fundou em 1979.

“Houve gente que ficou chateada por não estar aqui hoje. Se entrassem todos dava para fazer três dias de festival. Estamos a fazer coisas bonitas”, disse a dada altura do espetáculo Carlão, que hoje interpretou “Esquadrão da Morte”, dos Xutos, tema do qual gravou uma versão em 1999 com os Da Weasel, para o álbum “XX Anos XX Bandas”.

“Eu e o meu irmão [Jay, baixista dos Da Weasel] ouvimos tanto isto quando éramos miúdos”, partilhou, numa noite de recordações.

Tal como Carlão, também Manel Cruz e Manuela Azevedo, vocalista dos Clã, cantaram hoje ao vivo temas que gravaram em 1999 no álbum de versões dos Xutos & Pontapés.

O primeiro recordou Zé Pedro com “Circo de Feras”, que há 19 anos gravou enquanto vocalista dos Ornatos Violeta, e a segunda com “Conta-me Histórias”, em dueto com Tim.

Manuela Azevedo lembrou que os Clã “cresceram a ver os Xutos tocar” e que, por isso, foi “estranho e especial” estar hoje em palco.

A vocalista dos Clã cantou ainda “Amor com paixão”, escrita por Zé Pedro para os Xutos, porque “só com paixão nos podemos lembrar dele”.

E porque hoje o ‘homem do leme’ era a figura central, Tó Trips, dos Dead Combo, aventurou-se ao microfone com “Submissão”, outro dos temas escritos por Zé Pedro para os Xutos.

Em mais uma “despedida de um grande amigo”, Rui Reininho quis recordar Zé Pedro com “Morremos a rir”, tema incluído no álbum “Convidado: Zé Pedro”, editado em 2011, e que inclui também “Aperta um pouco mais”, que Paulo Gonzo levou hoje ao palco da Altice Arena.

João Pedro Pais optou por mostrar “És do mundo”, tema que compôs em março do ano passado em homenagem ao “querido amigo”.

A nova geração da música nacional esteve representada em palco por Tomás Wallenstein, vocalista dos Capitão Fausto, que interpretou, com António Reis, sobrinho de Zé Pedro, “Morte Lenta” e, com Carlão, “Este mundo é teu”, mais um dos temas escritos por Zé Pedro para os Xutos.

Enquanto o espetáculo decorria, no ecrã montado no palco iam sendo projetadas fotografias de Zé Pedro ao longo dos anos: retratos, mas também imagens de concertos dos Xutos, dos Ladrões do Tempo e dos Palma’s Gang, bandas em que também militou e que também marcaram presença na homenagem de hoje.

Dos Ladrões do Tempo ouviu-se “Mora na Filosofia” e “Rua”, com o vocalista, Paulo Franco, a fazer um brinde e um viva a uma “figura transversal neste país à beira mar plantado”.

Já os Palma’s Gang, banda formada “há 25 anos no ponto de encontro que era o Johnny Guitar” por dois músicos dos Xutos [Zé Pedro e Kalú], dois dos Rádio Macau [Alex Cortez e Flak] e Jorge Palma, recordaram “Picado pelas abelhas” e “Portugal, Portugal”, com o cantor a lembrar que “o Zé Pedro está vivo aqui”.

Homenagem a Zé Pedro, o guitarrista dos Xutos e Pontapés. Filhos de Tim e Kalú com Carlão no palco principal do Super Bock Super Rock.

Publicado por Observador em Quinta-feira, 19 de Julho de 2018

Dos Xutos, pelos Xutos, ouviu-se ainda “Dados Viciados” e “Remar, remar”.

O espetáculo, que começou com “London Calling”, dos The Clash, uma das bandas de eleição de Zé Pedro, na voz do baterista Sebastião Santos, filho de Tim, terminou com o hino “Não sou o único”, já com os músicos todos em palco, ou como lhe chamou o vocalista dos Xutos: “A canção que nos trouxe até aqui”.

A 24.ª edição do SBSR decorre até sábado.

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