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Viagens de um solteiro: muito trânsito

Estava a viver em Boston. Inverno frio, precisava de um pouco de sol. Era o fim de semana prolongado de Acção de Graças. Todos os meus amigos vão para casa visitar as suas famílias. Mas para onde devo ir? Com eles? Mas são amigos, não familiares, e o que significa a festa da Acção de Graças para mim? Não temos isso em Portugal.

Não, digo, vou viajar. Mas preciso do sol. Começo a procurar boas ofertas e encontro as Bahamas. Incrível, eu nas Bahamas, alguns cocos, água quente azul e sol. E bom preço! Hehe, aqui vou eu.

Chego lá pela manhã. Quando saio do aeroporto tenho que apanhar um táxi. Mas isto não é a Europa, nem os Estados Unidos, não vejo táxis oficiais. Por segundos, fico com medo. Sozinha numa pequena carrinha táxi não oficial? Bem, tenho duas soluções, ou arrisco, ou reservo o voo de volta para Boston.

Penso positivo e acordo com o taxista. Parece-me simpático. Leva-me ao hotel e entrei numa cena de Hollywood. No caminho, conta-me um pouco da história da ilha. Que simpático! Por é que ainda há alguns minutos tive medo?

Mudo de roupa e vou directamente para a praia. Como é bom nadar pela primeira vez nestas águas. Está tão quente e como senti a falta do sol. Depois de algum tempo decidi ir ao centro da cidade. Quero ver as Bahamas reais, como as pessoas vivem, comer as suas especialidades.

Começo a caminhar, mas alguém diz que tenho que apanhar uma dessas carrinhas pequenas. Paro um e entro. Vai totalmente cheio, pequeno, mas pequeno, nunca vi algo assim em toda a minha vida inteira. Mas começo a desfrutar da atmosfera. Estas são as Bahamas reais que eu queria experimentar.

Saio no centro da cidade, vejo uma loja chamada “Pequena Suíça”, começo a entender que os grandes barcos de cruzeiros de turistas param aqui, vou comer e antes de anoitecer, apanho a carrinha de volta para o hotel. O que eu nunca esperaria é o que se segue.

Há um engarrafamento enorme. O motorista da carrinha é muito simpático para mim, também me fala um pouco sobre a ilha e, quando comecei a contar um pouco sobre mim, ele vira de forma brusca e por cima da relva. Pareço assustada e também todos os turistas na carrinha. Ele diz que há muito trânsito e que me quer mostrar um pouco mais das Bahamas. Continua a guiar e a dizer-me “Olhe, aqui está a parte rica. Esta é a casa do primeiro-ministro. Bla, bla, bla.” Para os outros, ele diz” Estou a fugir ao trânsito”.

Às tantas pergunto-lhe onde posso ver as danças tradicionais. Ele chama um senhor mais velho, local que está sentado na parte de trás da carrinha e diz-lhe num idioma que não entendo “Olhe, esta senhora quer ver as danças, mostra-lhe, mas cuida bem dela.”.

Saímos da carrinha. Estamos em frente ao hotel. Vejo que as danças são num lugar escuro, e digo-lhe “Desculpe, tenho que ir ter com uma amiga primeiro e depois volto”.

Na verdade, eu estava com medo, mas era verdade, fui encontrar-me com uma amiga americana que vive nas Bahamas, e depois de lhe contar a história, ela riu-se e disse: “Sim, as pessoas aqui são genuínas, não te preocupes, e é verdade que é lá que eles preparam todo o festival de dança. Fazem os figurinos, etc.”.

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