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Um (Des)Conto de Natal: Cornelia Simonetta

Uma semana depois da data em que se assinalou o Dia Internacional da Luta Contra a Violência Sobre a Mulher, nada melhor do que um (Des)Conto de Natal para ilustrar a má onda que vai por aí em termos de violência doméstica. Calma, não se enerve com este delicado, estimado leitor! E como é que se acalma os nervos a alguém? Precisamente com um belo relax, de preferência realizado por uma belíssima acompanhante dotada de mamalhudos atributos físicos e com um sotaque estrangeiro, seja ele – o sotaque – brasileiro, italiano ou russo… Estou certo ou estou errado? O simples sussurrar de uma fêmea estrangeira aos ouvidos dos machos latinos tem um poder mais afrodisíaco do que mil viagras engolidos de uma só vez! Mas deixemo-nos de conversa dura, e vamos mas é ao nosso (Des)Conto de Natal.

O nosso (Des)Conto de Natal centra-se em torno da história de (má) vida de Cornelia Simonetta, a qual é a fundadora e presidente da “Associazioni Italiana Contro La Esplorazioni di Escort Accompagnatrici di Dirigenti Sportivi”, associação que visa ajudar as mulheres perdidas e afins, que são seduzidas por dirigentes desportivos sem escrúpulos em clubes de strip-tease e em rulotes de bifanas. Cornelia Simonetta aposta, sobretudo, na formação destas mulheres, para que elas não se deixem cair no encantamento dos tubarões do futebol, que lhes prometem tudo para poderem abusar sexualmente delas (e ainda por cima – e sempre por cima – abusam mal!), para no final, as deixarem sós e desamparadas, apenas com um nojento enredo para escreverem um livro polémico com muito sexo e flatulência.

Cornelia Simonetta era uma bailarina rasca de um bar de alterne de terceira categoria, nos subúrbios mal frequentados de Milão. Um dia, enquanto se roçava num varão de aço inox, foi-lhe apresentado o presidente de um grande clube de futebol. O presidente era gordo, feio, tinha mau-hálito, recitava poesia, andava sempre com homens de negro atrás dele e era rico. Enfim, todas as qualidades com que uma mulher sonha num homem. Foi amor à primeira-vista… isto apesar das intensas nuvens de fumo que impediam que se visse nitidamente a mais de 30 centímetros de distância. Mal chegou perto dele, Cornelia sentiu imediatamente o excitante bafo daquele homem… que cheirava a uma afrodisíaca mistura de álcool e Carvedilol… um medicamento usado para o tratamento da pressão arterial elevada, prevenção da angina de peito e tratamento da insuficiência cardíaca.

E foi assim que Cornelia Simonetta, húmida de extrema felicidade, casou com o seu presidente e viveram felizes para sempre, pelo menos durante uns 6 meses, mais pontapé, menos bofetada. Ao fim desse tempo, quando o seu clube começou a sofrer derrota atrás de derrota, o presidente começou a descarregar a sua fúria em Cornélia. Aliás, foi depois de levar uma patada nas trombas” (termo muito usado pelo seu presidente sempre que se referia à sua belíssima face rosada e virginal) que Cornélia se encontrou com o (des)conto de Natal de um famoso hipermercado. Tudo aconteceu num belo dia de frio invernal, quando ambos foram passear os seus cachorros ao mal cuidado jardim defronte de casa… diria antes… ao matagal defronte de casa. O presidente recebeu um telefonema de um amigo especial a comunicar-lhe que era necessário arranjar um acompanhante masculino para que o sr. árbitro do próximo encontro, favorecesse o seu clube. Afinal, esse árbitro não gostava de fruta fresca, mas sim de um belo pepino acompanhado de uns tomates bem maduros. O presidente terá exclamado, visivelmente perturbado: “Aonde vou eu arranjar a esta hora um mariconço?” eacto contínuo, deu uma valente biqueirada na coxa esquerda de Cornelia, prostrando-a no chão, com a face em contacto com um vale-desconto em pensos higiénicos. Mas não era um vale-desconto em pensos higiénicos qualquer não senhor… era um vale-desconto em pensos higiénicos decorados com motivos de Natal, onde até os pinheirinhos de Natal eram vermelhos. Fortalecida pelo vale-desconto em pensos higiénicos, Cornelia levantou-se energicamente do chão, olhou para o Presidente de forma enraivecida, com os olhos a raiar de sangue, e disse-lhe: “Ó meu grande murcon, esta foi a última bez que me tocaste nas trombas, oubiste bem, corrupto de merda? Agora quem te vai lixar a bida sou eu! Bou-te sobar todinho… literariamente falando, claro, pois eu sou uma pessoa com níbel, carago!”. Dito isto, Cornelia deu-lhe um monumental pontapé nos testículos e foi-se embora, deixando o presidente com cara de absoluta e dolorosa surpresa, agarrado aos seus dois cães, que ainda não tinham realizado as suas necessidade fisiológicas no matagal e que agora, vendo o dono derreado no solo, aproveitavam para mijar em cima dele

Com base nesta sua riquíssima experiência, Cornelia escreveu um livro sobre a sua vida em comum com o presidente, o qual se tornou num best-seller, tornando-a milionária e muito feliz, e tudo graças ao poder do vale-desconto em pensos higiénicos. Agora, Cornelia Simonetta dedica-se a ajudar todas as mulheres que se apaixonam perdidamente por dirigentes desportivos gordos, feios, de mau hálito e que recitam poesia, tentando ajudá-las a vislumbrar o grande segredo: um vale-desconto em pensos higiénicos!

E para que os meus leitores pimpões e leitoras mais-que-boas fiquem com água na boca, deixo-vos aqui um excerto desta obra que nos desperta para a triste realidade da violência desportivo-conjugal: “O presidente não tinha o hábito de mudar de cuecas diariamente, pelo que, logo pela manhã, lhe despejava um frasco inteiro de ‘Old Spice nos seus esféricos peludos, para mascarar o cheiro pérfido daí exalado. Claro que o facto de ele sofrer da bexiga, contribuía ainda mais para o estado de permanente imundície. Dai ele ter-me pedido que eu o ajudasse com a bexiga… As nódoas amarelas à frente e acastanhadas atrás eram o seu ex-libris íntimo, o que me obrigava a usar sonasol amoniacal em vez de um qualquer detergente, sempre que tinha de lavar as suas cuecas, as quais estavam mais do que démodés. (…) O presidente oferecia sempre um par de peúgas quentinhas aos árbitros, pelo Natal, com um maço de notas de 50 euros lá dentro e um pequeno apito cor de ouro… As peúgas eram só para disfarçar. Ainda me lembro do presidente, em vésperas do jogo com o Palermo Vermelho, me pedir para ir com ele à Feira de Espinho, ao “Rei das peúgas”, porque o seu stock estava a chegar ao fim…”

E, já agora, estimado leitor que tanto amo, dê-me também um (des)conto, pois vida de cronista não é fácil não…

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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