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Santa Casa da Misericórdia de Paris quer portugueses a correr pelos mais carenciados

A Santa Casa da Misericórdia de Paris vai realizar no domingo a terceira edição de uma corrida de angariação de fundos para ajudar os emigrantes mais carenciados.

“O objetivo é mobilizar a comunidade para ajudar os portugueses que se encontram em dificuldade ao longo do ano. Depois, é sensibilizar para os problemas da nossa comunidade porque a emigração não são só casos de sucesso. Infelizmente há muitos casos de insucesso”, disse à Lusa Joaquim Silva Sousa, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris.

A marcha e a corrida de quatro e oito quilómetros vão acontecer em Jouy-en-Josas, nos arredores de Paris, e vão marcar o 22º aniversário da Misericórdia de Paris, sendo a iniciativa apadrinhada pelo antigo internacional português Pedro Pauleta e contando com a presença do outro antigo futebolista Rui Barros.

“O padrinho este ano é Pedro Pauleta que aceitou logo porque não é alguém que seja indiferente a estas questões. Ele vai fazer tudo para estar connosco no domingo, mas não está certo a 100 por cento que possa estar presente. O Rui Barros disse-me que fazia questão de estar presente porque, no primeiro ano, como padrinho, não pôde estar. É um homem com um capital de carinho muito grande na nossa comunidade”, afirmou o provedor.

Joaquim Silva Sousa, que este ano recebeu o grau de comendador da Ordem do Mérito nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Paris, explicou que o número de pedidos de ajuda à Santa Casa de Paris tem estabilizado.

“Há uns anos para cá tínhamos um aumento anual de pedidos, com mais situações de emergência de famílias com crianças, senhoras sozinhas, especialmente com crianças, homens sozinhos. Este ano, é a primeira vez que notamos uma constância. Temos todas as semanas novos pedidos de ajuda, mas não sentimos um aumento em relação ao ano anterior”, acrescentou.

O provedor da Misericórdia de Paris adiantou, ainda, que na última campanha de recolha de alimentos para os cabazes de Natal, “foram recolhidas entre 3,5 a 4 toneladas de alimentos”, sublinhando que “com frequência, no início do verão” se compram mais alimentos porque “é inadmissível alguém ser obrigado a deitar-se com fome”.

A Santa Casa da Misericórdia de Paris ajuda, em média, cerca de 500 famílias por ano, com “pedidos muito diversos”, sendo “os casos mais complicados” os de “pessoas que se encontram na rua ou em vias de estar na rua”.

“Quando há alguém na iminência de ir para a rua, temos de evitar que ela vá para a rua. Aproveito para fazer um elogio aos empresários portugueses na região parisiense, e não só, porque há grande número de empresas que fazem tudo para tentar ajudar sempre que nós ligamos. Se não é à primeira chamada, à segunda conseguimos que o empresário dê as instruções necessárias para a pessoa ter uma formação, começar a trabalhar e ter um ordenado, o que permite assumir a renda e recomeçar uma vida normal”, explicou.

A instituição também acompanha os portugueses em prisões francesas, em coordenação com os consulados de Portugal em França, havendo “300 detidos em média que precisam de ajuda” e a quem é dado “um vale de 50 euros na altura de Natal” e que “pedem livros, revistas, jornais, roupas ao longo do ano”.

A Santa Casa de Paris também ajuda os reformados portugueses com pensões baixas porque trabalharam grandes períodos sem descontar, fornecendo também apoio psicológico através de visitas domiciliárias e permanências.

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