De que está à procura ?

Portugal

Sabe o que é a carne Cachena?

Valorizar e promover a carne Cachena é o objetivo da confraria gastronómica que deverá estar criada dentro de um ano numa parceria entre a Câmara de Arcos de Valdevez e as entidades ligadas à produção e certificação daquela carne.

“Com a constituição da Confraria Gastronómica da Carne Cachena pretendemos chamar a atenção para este produto típico do concelho e valorizá-lo”, afirmou o presidente da Câmara, João Manuel Esteves.

Típica do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), a carne de vaca Cachena tem Denominação de Origem Protegida desde 2002.

O autarca social-democrata, que falava a propósito da assinatura, na quinta-feira, do protocolo de parceria para a constituição da Confraria Gastronómica da Carne Cachena, referiu que aquela carne, que desde 2013 detém também a classificação internacional de ‘Slow food’, “não se destina a mercados de grande escala mas para chamar as pessoas ao território onde a podem degustar”.

“É o conceito ‘terroir’ já aplicado aos vinhos e a outros produtos endógenos. É neste território que existe a carne cachena e é aqui que a sabemos confecionar como ninguém. Esta diferenciação tem efeitos no turismo porque ajuda a construir uma imagem de destino distintiva”, sustentou.

A vaca cachena da Peneda é a mais pequena raça bovina portuguesa e uma das mais pequenas do mundo. O animal atinge uma altura máxima de 110 centímetros e sobrevive ao frio nas serras da Peneda, Soajo e Amarela, no Parque Nacional na Peneda-Gerês (Norte de Portugal).

A sua carne distingue-se por ser suculenta, tenra, de cor rósea clara, com uma consistência firme, ligeiramente húmida e com pouca gordura intramuscular.

A parceria a formalizar, na quinta-feira, integra além do município, a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, entidade que gere a denominação de origem da carne Cachena da Peneda, a Associação dos criadores da Raça Cachena, a Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e o PEC Nordeste, empresa do grupo Agros, que opera no apoio à produção pecuária nacional.

A garantia da qualidade da carne da cachena é sujeita a um sistema de controlo e certificação desde o produtor até ao consumidor final.

A raça é explorada em regime extensivo, por vezes quase semisselvagem e é atualmente parte “integrante do património genético de Portugal”, considera a cooperativa agrícola.

A confraria, “sem fins lucrativos e de duração ilimitada, terá por objeto a valorização, divulgação e promoção da gastronomia tradicional da carne cachena, produto emblemático, com uma forte ligação cultural, social e económica ao território e às populações”.

A nova entidade “vai ser um forte dinamizador da gastronomia para valorizar e promover a carne cachena, através da preservação da autenticidade da gastronomia local, da estimulação da aposta na diferenciação, através da capacitação, qualificação e inovação dos produtores, restauração e agentes económicos”.

A confraria pretende ainda constituir-se como “um incentivo à revitalização da cadeia produtiva, desde a produção à comercialização dos produtos locais, contribuindo para a dinamização da economia local, da promoção de mostras, encontros e concursos de gastronomia e outras iniciativas de caráter social, formativo, promocional e cultural da gastronomia tradicional, dos produtos locais e da carne cachena”.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA