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Paris: Festival Cinéma du Réel recebe realizadores portugueses

A realizadora Susana de Sousa Dias foi novamente selecionada para o festival internacional de documentário Cinéma du Réel, em Paris, onde já conquistou o Grande Prémio em 2010, com o filme “48”.

Além de Susana de Sousa Dias, que concorre na categoria de melhor documentário na secção internacional com o filme “Luz Obscura”, que ali fará a sua estreia mundial, também Ico Costa foi selecionado para a Competição Internacional de Curtas, com “Nyo Vweta Nafta”.

Por seu lado, o realizador João Botelho vai estar presente, fora de competição, com o documentário “O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu” (2016).

O Cinéma du Réel – Festival International de Films Documentaires vai realizar-se de 24 de março a 02 de abril, no Centro Georges Pompidou, apresentando 43 obras em quatro categorias, selecionados a partir de 2.800 filmes de 135 países.

“Luz Obscura”, de Susana de Sousa Dias, que concorre ao lado de mais 10 filmes, vai estrear-se no festival a 29, 30 e 31 de março, tendo nascido ao mesmo tempo que os filmes “Natureza Morta – Visages d’une Dictature” (2005) e “48”, nos quais a realizadora já trabalhava a questão da memória através dos arquivos da PIDE.

“Este filme faz parte das histórias que eu quis contar quando descobri as fotografias dos presos políticos. Na altura em que entrei no arquivo da PIDE, uma das fotografias que descobri foi uma fotografia de uma criança com a mãe e é essa fotografia que está na origem do filme”, contou à Lusa Susana de Sousa Dias.

Tal como nos documentários “Natureza Morta” e “48”, em “Luz Obscura” a realizadora quis “ir às memórias fracas, àquelas memórias que estão escondidas, que são subterrâneas e que não fazem parte da história ou da memória coletiva” para “recuperar esse lado esquecido ou invisível da história”.

“Estou muito contente porque foram apresentados 2.800 filmes a concurso e é um privilégio fazer parte dos que foram selecionados para a competição internacional. Fico contente porque é uma forma de dar relevância a esta parte da história portuguesa. Na situação que estamos a viver hoje no mundo, é muito importante falar nos presos políticos”, explicou a também autora de “Processo-Crime 141/53-Enfermeiras do Estado Novo” (2000) e “Uma época de Ouro – Cinema Português 1930-47” (1998).

O filme “Nyo Vweta Nafta”, na corrida à melhor curta-metragem, de Ico Costa, foi rodado integralmente em Moçambique, em Inhambane e Maputo, e é “um retrato fragmentário e engraçado de uma juventude que sonha, desespera, faz limpezas, engata e que trepa aos embondeiros”, lê-se no programa do festival.

“Nyo Vweta Nafta” estreou-se na competição internacional do Festival Internacional de Cinema de Roterdão, na Holanda, sendo a quinta curta-metragem de Ico Costa e a primeira desde que terminou a sua formação no Le Fresnoy – Studio National des Arts Contemporains, em França.

Também selecionado, mas fora de competição está o documentário “O cinema, Manoel de Oliveira e eu”, no qual João Botelho mostra a sua admiração pela obra e a sua relação com o cineasta, um filme que foi exibido, no ano passado, no festival IndieLisboa, em Locarno, na Suíça, e foi distinguido com um prémio no Festival de Cinema do Recife.

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