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Onde estão os jiadistas portugueses e lusodescendentes?

Steve Duarte, o lusodescendente que cresceu e se radicalizou no Luxemburgo

A conquista de Raqqa, a capital do Califado, pelas milícias sírias e curdas, lideradas pelos EUA, obrigou à retirada em massa dos jiadistas. Muitos morreram nos combates com as forças aliadas, outros renderam-se. Entre os que conseguiram fugir, para zonas ainda sob o domínio do Estado Islâmico (Daesh), encontra-se o pequeno grupo de portugueses e lusodescendentes que combate em nome da organização terrorista. “Estão separados uns dos outros mas continuam na Síria”, assegura uma fonte ligada ao processo, divulgou o Jornal Expresso.

Fábio Poças — ou Abdurahman al Andalus — fugiu com a mulher, a luso-holandesa Ângela Barreto, e os dois filhos do casal. O jiadista, que se alistou em 2014, é sniper do Daesh.

O Expresso falou com Fábio, pela última vez, no fim de setembro, através de uma rede social encriptada, quando ainda estava em Raqqa. Fábio confirmou que a capital estava sob ataque cerrado e que o Daesh perdia força e território. “É impossível ser crente em Allah e seu mensageiro e não ser testado com medo, fome, dor”, disse. Recusou, porém, qualquer hipótese de rendição: “O que o mujahid mais teme depois do inferno e da cova é ser capturado pelos incrédulos. Mas não é nada que um cinto de explosivos não resolva”, respondeu. “Raqqa é só uma pequena cidade [era a autoproclamada capital do Daesh]. Podem tomar. Temos muitas e maiores.”

Celso Rodrigues da Costa, Fábio Poças e Deso Dog

Os dois irmãos Celso e Edgar Rodrigues da Costa, que partiram de Londres para a Síria há cerca de quatro anos, e que se especializaram na compra de material bélico e de documentação falsa para os membros do Daesh, também estarão juntos noutro ponto da Síria. Além deles, só se sabe do paradeiro de Steve Duarte, um lusodescendente que cresceu e se radicalizou no Luxemburgo, e que continua a fazer parte da propaganda dos radicais. Apesar de ter a nacionalidade em comum com os restantes jiadistas portugueses, não manterá com eles uma relação próxima.

De Nero Saraiva e Michael dos Santos, também elementos importantes na hierarquia da organização, nada se sabe. “Poderão estar mortos ou rumado para outras paragens”, frisa um outro responsável ligado ao contraterrorismo.

As autoridades portuguesas acreditam que os jiadistas lusos vão acabar, mais tarde ou mais cedo, por emigrar para outros países com células do Daesh, como a Líbia, o Egito ou Ásia Central.

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