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Obra de Graça Morais inaugurada na Gulbenkian de Paris

© Graça Morais / Twitter

A delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, inaugura esta terça-feira a exposição “Graça Morais. La violence et la grâce [A violência e a graça]”, que ficará patente a partir de quarta-feira, 31 de maio, até 27 de agosto.

No âmbito da exposição, realizar-se-á o colóquio internacional “Graça Morais. O mito e a metamorfose”, nos dias 06 e 07 de junho, na capital francesa, adianta a fundação.

A mostra apresenta principalmente desenhos (1982-2016) e dá a conhecer os temas principais da pintora transmontana de projeção internacional, como a identidade do local onde nasceu, a aldeia do Vieiro, no concelho de Vila Flor, e a sua relação com os poetas e escritores portugueses, desde Miguel Torga, a José Saramago e Agustina Bessa-Luis, de acordo com o comunicado enviado à agência Lusa.

“Nesta terra longínqua, no norte de Portugal, que sofre de um clima rude e da crueldade da distância, do abandono e da pobreza, Graça Morais encontrou uma iconografia sem igual para expressar a sua representação do mundo à qual permaneceu fiel”, descreve o comunicado de imprensa.

O documento destaca, ainda, que o “espaço singular da mulher neste local, na sua condição de fraqueza e de força, autora e vítima do seu destino, dotada de uma pulsão híbrida e transformadora, é dado pelo recurso persistente à metamorfose”.

O comunicado sublinha que foi “sem dúvida por terem percebido a originalidade desta iconografia identitária que tantos poetas e escritores portugueses foram atraídos pela obra de Graça Morais”, desde Miguel Torga, Nuno Júdice, José Saramago, Vasco Graça Moura, Agustina Bessa-Luís, Maria Velho da Costa, Pedro Tamen, Sophia de Mello Breyner e Manuel António Pina.

“Falamos aqui de uma artista que tem o dom – e é a palavra justa – de convocar o território da literatura para o contexto da produção artística portuguesa, desde sempre e de forma constante. Além de incursões na ilustração, Graça Morais soube construir um sistema de imagens capaz de despertar nos mais brilhantes escritores portugueses do seu tempo os impulsos narrativos que originaram obras narrativas de destaque”, explica o documento.

A exposição, comissariada por Helena de Freitas e Ana Marques Gastão, nasceu “da consciência desta singularidade” e “da inversão da tradicional dinâmica entre arte e escrita”.

A obra de Graça Morais, nascida em 1948, é vasta, diversa e declina-se em múltiplas séries e grandes formatos desde os anos 70 até hoje. Em 1971 concluiu o curso de Pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo tido, nomeadamente, como professor Ângelo de Sousa, cuja obra é atualmente alvo de uma exposição na Gulbenkian de Paris. Entre 1976 e 1978, viveu na capital francesa como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e, em 1978, expôs no Centro Cultural Português de Paris.

 

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