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O casino

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No que depende de si e toca, o Governo socialista faz asneira e mostra o que vale – é fraquinho -, com a mesma facilidade que se esforça por fazer seus os créditos alheios. A economia europeia cresce e leva a nacional de arrasto, o turismo disparou, as empresas exportam mais e o anterior Governo fez o trabalho difícil das reformas estruturais, concluindo com sucesso o programa de ajustamento e pondo fim à intervenção externa da troika. Salvo casos excecionais, a dita devolução de rendimentos às famílias é conversa da treta.

Em compensação, no que os socialistas tutelam e decidem, desaparecem armas dos quartéis, o Estado falha miseravelmente no combate aos incêndios e auxílio às vítimas, o atendimento nos hospitais degrada-se, as dívidas aos fornecedores acumulam-se e parte do terceiro setor anda em roda livre, com a conivência de ministros incapazes de assumir o óbvio.

Neste Governo de maridos e mulheres, genros e noras, tios e sobrinhas, filhos e enteados, vive-se em circuito fechado, dentro do restrito número de “apparatchik” de confiança de António Costa. E por causa disso, começa a perder-se a ligação a critérios básicos de bom senso, que determinam estruturalmente o funcionamento de qualquer sociedade.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) existe para ajudar os pobres, não para brincar aos banqueiros. Que sentido faz desbaratar 200 milhões de euros do dinheiro que recebe de uma espécie de oligopólio dos jogos de fortuna e azar – nos termos da lei exclusivamente para financiamento do apoio aos mais necessitados – na compra de 10% de um buraco imenso chamado Montepio, que nos querem convencer valer mais do que o BPI e o BCP juntos? Alguém acredita nisto?

Ao pé do Montepio, o caso Raríssimas é uma brincadeira de crianças.

Pedro Santana Lopes confessou esta semana ter sido pressionado pelo Governo e pelo Banco de Portugal para levar a SCML a embarcar na aventura do Montepio. A atual Mesa da SCML decidiu concretizar o disparate. É bom que tudo se esclareça.

Em qualquer outro país civilizado, perante o que a Raríssimas revelou, Vieira da Silva já não seria ministro, sem que fosse precisa intervenção do chefe de Governo. Em Portugal mantém-se. Já que é assim, convirá ao menos que explique tudo muito direitinho, também sobre o Montepio.

Como é evidente, não é aceitável que os socialistas tratem agora o setor social, onde faltam recursos para quase tudo, com a mesma leviandade com que em tempos desperdiçaram milhões em gastos absurdos, noutro caso do regime, à boleia da Parque Escolar.

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