De que está à procura ?

Colunistas

Nada

Ando por aí num rumo estático
Ando por aí nessa busca de direção
sem bússola onde o sol e a chuva
se cruzam e se confundem
E sinto o sol ardente que queima
essa minha pele e me dissipa por completo.

E sinto a chuva que me invade
e me penetra até à alma

De nada serve avançar e avançar
quando tudo se encontra aqui,
aqui dentro de mim.

E eu tento, quero e suplico
encontrar uma rota…
essa rota que me leva até ao meu Eu
onde o meu Eu e o meu alter ego
coabitam e se misturam por completo.

E fui navegar pelos mares e marés
e a nenhum destino cheguei
E percorri terras e mais terras,
e percorri planícies e montanhas
mas nada vi
E voei nesses ares e cheguei à Lua
e aí sentada olhei para a Terra
e nada vi
nesse todo onde a vida nasce e renasce
tudo era apenas deserto num silêncio surdo-mudo.

E digo a mim mesma

De nada serve mover-se para nada contemplar
De nada serve ser luz nessa escuridão
De nada serve ser sal num oceano
De nada serve ser entusiasmo e nada exprimir
De nada serve ser paixão sem amor
De nada serve ser carinho sem o toque
De nada serve ser poeta sem inspiração

E nesse nada do nada saber
E nesse nada onde tudo sei
Nesse nada eu desejei nada ser e nada saber.
Sim, nesse nada, desejei ser esse nada
para melhor morrer e para melhor ser
essas cinzas da Fénix
onde renasço vezes sem conta.

BV
19.01.2018

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA