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Investigadores do Minho trabalham nas cápsulas espaciais europeias

O Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) – criado na Universidade do Minho, em Guimarães, por iniciativa do setor de plásticos e moldes – integra um consórcio português que desenvolveu sistemas de proteção térmica com propriedades de absorção de energia de impacto para cápsulas espaciais de reentrada na Terra, refere o jornal daquela universidade.

Beneficiando de um contrato direto de cerca de 400.000 euros com a Agência Espacial Europeia (ESA), o projeto consistiu no desenvolvimento e teste funcional de um sistema de proteção inovador, que exerce simultaneamente funções estruturais e térmicas, permitindo simplificação do processo de reentrada destas cápsulas espaciais. O consórcio do projeto, intitulado “cTPS – Design of a Crushable TPS for the ERC”, inclui também a Amorim Cork Composites, a Critical Materials e o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ).

Carlos Ribeiro, investigador e gestor técnico do projeto, revela que “a ideia foi criar um design para uma solução de crushable que protegesse o bio-container e as recolhas que estão no seu interior”. “Tivemos que desenvolver uma solução que fosse capaz de absorver o impacto ao colidir com a superfície da Terra e, ao mesmo tempo, que garantisse o cumprimento de determinados requisitos térmicos e estruturais exigidos”, explica.

Neste sistema, com recurso a materiais de base polimérica, foram então combinadas a capacidade de absorção de energia de impacto na aterragem e também a capacidade de suster as cargas térmicas geradas durante a reentrada na atmosfera terrestre. A solução combinada de ambas as caraterísticas “permitiu uma solução de elevado desempenho, aliada a simplificações significativas nos módulos de reentrada, diminuindo o seu custo e aumentando a sua fiabilidade”, garante o responsável técnico. A solução tem por base um novo sistema material compósito com incorporação de cortiça, estendendo-se a aplicações de elevada exigência no setor aeroespacial.

Neste projeto, o PIEP chamou a si a seleção, avaliação e testes de materiais, bem como a produção de protótipos para serem testados. A Critical Materials trabalhou na componente de simulação térmica e estrutural de impacto, a Amorim Cork Composites teve um papel fulcral na ligação com a ESA ao fornecer os materiais e gerir o projeto em si, enquanto ao Instituto de Soldadura e Qualidade coube experimentar a cápsula, realizando um teste final em queda livre.

Para António Pontes, investigador do Instituto de Polímeros e Compósitos (IPC/I3N) da UMinho e vice-presidente do PIEP, “este é um projeto importante que permite ao PIEP desenvolver o seu potencial de crescimento”. O também professor do Departamento de Engenharia de Polímeros da UMinho adianta que este polo de inovação, tendo projetos financiados e projetos diretos de desenvolvimento contratados, beneficia de “importantes parcerias, numa rede de trabalho que confere um histórico no setor”. Neste caso em concreto, “a relação com a Agência Espacial Europeia já existia, mas aprofundou-se, aumentando a responsabilidade e abrindo outras portas” para a investigação nacional. A continuidade deste tipo de projetos com a ESA está numa fase exploratória, havendo já convites para o PIEP apresentar propostas que visem explorar esta e outras linhas de desenvolvimento.

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