(intervenção do deputado Paulo Pisco na Assembleia da República, dia 21 de abril)

A situação económica, social e política na Venezuela suscita-nos a todos a maior das preocupações, pela forma acelerada como tem vindo a degradar-se e a ficar fora de controlo.

Não há argumentos nem artifícios políticos que desculpem ou justifiquem as provações por que passa o povo venezuelano.

E entre os venezuelanos temos de olhar mais de perto para a vasta e influente comunidade portuguesa, que por ser um pilar vital da economia, detendo boa parte dos comércios e distribuição alimentar, está a ser particularmente atingida.

A situação no país, como disse recentemente um editorialista venezuelano, é de verdadeira descida aos infernos. Rutura de bens alimentares e de medicamentos, falência total dos serviços de saúde, inflação descontrolada, desordem pública, aumento brutal da violência e da criminalidade, repressão politica.

E não se pode mascarar esta realidade com o argumento de que todos os males são provocados por ingerência externa.

O Governo português tem acompanhado a situação e tem procurado dar as respostas possíveis num contexto tão complexo, difícil e imprevisível como o que se vive atualmente na Venezuela.

Sublinho aqui que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros já disse repetidamente que o Governo está pronto para todas as eventualidades.

Apelamos ao Governo venezuelano para que tudo faça para garantir o regresso à normalidade democrática, que respeite os direitos sociais, económicos e políticos no país, e assim possa garantir também a segurança e proteção de todo o povo venezuelano, incluindo também, obviamente, a segurança e proteção da comunidade portuguesa.