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Hoje encontrei-me comigo!

Encontrei-me comigo hoje de manhã.

Escovava os dentes, num gesto quase mecânico, fruto de uma rotina diária, tão diária e tão rotina que nem preciso acordar totalmente, aproveitando uns minutos extras de um estado ainda dormente que sempre antecede o momento em que desperto.

Levantei a cabeça ao nível do espelho que fica logo acima do lavatório, onde depois de enxaguar a boca com agua cuspi o resto da pasta que me lavou os dentes. Abri os olhos e lá estava eu, do outro lado do espelho. Não vejo o que vêm a maior parte das pessoas em circunstâncias iguais. Ou seja, não vejo apenas a minha imagem refletida no espelho. Essa é uma explicação tão simples e tão banal, que não satisfaz de todo a minha curiosidade e a minha disposição de aceitar como certo e definido, algo complicado e que se pretende explicar de maneira simples de mais para ser satisfatória.

Há um eu dentro de mim, que usando os olhos que fazem parte do corpo que ostento, vê o eu que está lá dentro do espelho. Existem sentimentos que expresso no corpo, a parte de fora do meu eu, e que me vêm de dentro do meu ser. Quando rio quando choro, quando feliz ou quando desespero, tudo são sentimentos que vêm de dentro de mim. Se vêm de dentro de mim quer dizer que não falo de um só ser. É como se falasse de duas pessoas num só corpo. O eu que lavou os dentes, e o meu ser que o observa a executar o ato.

Se dentro do meu corpo está o meu ser, porque parece tão difícil de acreditar que quando uma pessoa morre, é o corpo inerte e sem vida que fica para trás, enquanto o verdadeiro ser que habitou esse corpo, se liberta e parte numa outra missão!

Porque é tão difícil de entender que há uma parte de mim que se vê, que se toca, que se sente, que se pesa e que se mede, e a outra parte que existe, mas que está invisível!

É a parte onde se fabricam as emoções, os sentimentos, o pensamento, as ideias. A parte que se não vê.

Será que essa parte, a que me dá a verdadeira existência, precisa de um corpo para continuar a viver!

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