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Desígnios!

Dizia do mundo um espaço de dúvidas e anseios, a voz a ecoar algures , do outro lado da montanha. O temor dos invernos, essa estação sem luz nem calor! Escondia- se na matriz da terra, na força das árvores. Rasgava, então, as vestes e o corpo, e renascia sedenta de luz, de néctar, de transformação!

Sabia da fragilidade do corpo!

Conhecia a efemeridade do tempo!

Como Perséfone, habitava dois mundos, amava a noite e o dia, o pecado e a salvação! Entregava-se à claridade das manhãs, ao calor de verão! Das flores colhia o mais saboroso néctar!

Morria no torpor das tardes raiadas de vermelho, a nostalgia do crepúsculo, aspergindo sinais de despedida.

Longas eram as montanhas onde os homens carregavam as suas vidas, tal Sisifo a carregar as dores do mundo!

Das pedras, escutava os rumores do silêncio, das flores o alimento da palavra. Nada era por acaso, no coração selvagem da mulher entregue aos desígnios dos sentimentos mais intensos.

 

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