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Alemanha: Merkel e Schulz lideram sondagens para as legislativas de domingo

A Alemanha realiza no domingo eleições legislativas com todas as sondagens a atribuírem a vitória à União Democrata-Cristã (CDU) de Angela Merkel, embora aquém da maioria parlamentar, o que permite prever longas negociações para uma coligação.

Com a economia a crescer 1,8%, o emprego em máximos históricos e a estabilidade de 12 anos de gestão Merkel, a oposição interna à política de abertura aos refugiados não parece ter sido suficiente para impedir um quarto Governo sucessivo liderado pela chanceler.

O regresso de Martin Schulz, que abandonou a presidência do Parlamento Europeu para se candidatar contra Merkel, pareceu prometer alguma animação política, mas uma série de derrotas dos sociais-democratas em eleições regionais esmoreceu o “efeito Schulz” que inicialmente relançou o partido nas sondagens.

Segundo uma das mais recentes sondagens, publicada uma semana antes das legislativas pelo diário Bild, a CDU de Merkel e a sua aliada bávara União Social-Cristã (CSU) reúnem 36% das intenções de voto e o Partido Social-Democrata (SPD), de Martin Schulz, 22%.

Em terceiro lugar surge o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), com 11%, seguido de Die Linke (A Esquerda, esquerda anticapitalista), 10%, o Partido Liberal (FDP), 9%, e os Verdes 8%.

A confirmarem-se as sondagens, CDU/CSU vencem as eleições, mas Merkel precisará de se coligar para ter maioria no parlamento federal (Bundestag), constituído por 703 lugares.

Por outro lado, a extrema-direita entra no Bundestag, o que ocorre pela primeira vez na história do pós-guerra na Alemanha.

Merkel excluiu quaisquer conversações com a AfD ou com A Esquerda, restando duas opções: uma repetição da “grande coligação” em vigor com o SPD ou uma aliança com dois pequenos partidos: os Verdes, de Cem Özdemir e Katrin Göring-Eckardt, e o FDP, de Christian Lindner.

A primeira opção parece menos provável, tanto pelo fraco desempenho nas sondagens dos sociais-democratas, como por medidas da última legislatura, como a introdução de um salário mínimo interprofissional ou a redução da idade de reforma para determinadas profissões, propostas pelo SPD mas eleitoralmente rentabilizadas por Merkel.

Por outro lado, uma coligação entre os dois maiores partidos tornaria a extrema-direita da AfD, terceiro partido mais votado segundo as sondagens, no principal partido da oposição.

A segunda opção também obrigará a longas negociações, sobretudo porque Verdes e liberais quererão imprimir o seu cunho e não veem com agrado aliar-se um ao outro, embora saibam ambos que essa é a única forma de entrarem num Governo.

Os Verdes, há 12 anos na oposição, têm manifestado abertura para integrar um Governo liderado por Merkel, algo que rejeitaram há quatro anos, mas muitos dos seus militantes resistem a uma coligação com o FDP, que integrou o segundo Governo de Merkel (2009-2013) mas nas últimas legislativas ficou abaixo do limiar mínimo de 5% para estar no parlamento.

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