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Aga Khan: o príncipe do mundo que escolheu Portugal

Aga Khan, o líder dos muçulmanos ismaelitas, nasceu na Suíça, cresceu e estudou no Quénia e nos Estados Unidos, tem ligações ao Canadá, Irão e França, mas foi Portugal que escolheu para morar e dirigir a comunidade.

Shah Karim al Hussaini, príncipe Aga Khan, 49.º imã hereditário dos muçulmanos ismaelitas, escolheu também Portugal para o encerramento das comemorações dos 60 anos que leva como líder espiritual dos “shia ismaili”, no âmbito de uma visita oficial de três dias, que se inicia na segunda-feira, e prevê encontros com altas figuras do Estado português.

Tinha 20 anos quando se tornou o imã da minoria muçulmana xiita de 15 milhões de pessoas, espalhados por todo o mundo, sucedendo ao avô. Para os muçulmanos ismaelitas é descendente direto do profeta Maomé.

Nestes 60 anos, fundou a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, hoje uma das maiores agências de desenvolvimento privadas do mundo, e empenhou-se em melhorar a qualidade de vida de populações mais vulneráveis em vários pontos do mundo, incluindo Portugal.

Discreto, tido como uma das pessoas mais ricas do mundo, Aga Khan IV nasceu a 13 de dezembro de 1936 na Suíça, filho do príncipe Aly Khan e da princesa Tajuddawlah Aly Khan. Cresceu no Quénia, frequentou a Le Rosey School, na Suíça, durante nove anos, e estudou depois em Harvard, nos Estados Unidos.

Sucedeu ao avô (pela sua morte) em 1957, como líder dos ismaelitas o que o obrigou a durante vários meses viajar para conhecer as comunidades espalhadas pelo mundo, formando-se em História Islâmica dois anos depois, em 1959.

Com 81 anos, duas vezes casado, quatro filhos, apaixonado por esqui, mas também por cavalos, criou um império que vai da banca à hotelaria, que financia projetos de desenvolvimento social, incluindo em Portugal, onde nomeadamente existe desde 1983 a Fundação Aga Khan.

As relações com o país são bem mais antigas, mesmo do tempo da ditadura, mas estreitaram-se quando a 03 de junho de 2015 foi assinado com o Governo português um acordo para o estabelecimento da sede formal e permanente do Imamat Ismaili (instituição ou gabinete do imã dos muçulmanos) em Portugal, em Lisboa.

Aga Khan disse na altura que o acordo representava um marco histórico nos mais de 1.400 anos da história do “imamat ismaili” (imamato ismaelita).

Em 2005 já tinha sido assinado um protocolo de cooperação entre o governo português e o “Imamat Ismaili” e três anos depois um protocolo de cooperação internacional. Em 2009 Portugal reconheceu a personalidade jurídica do “Imamat Ismaili”.

De acordo com informação divulgada por fonte oficial da rede Aga Khan, o príncipe, entre títulos honorários e prémios, foi agraciado em Portugal com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito, e com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

Em 2006, a Universidade de Évora conferiu-lhe o grau de Doutor Honoris Causa e, em 2009 Aga Khan tornou-se membro estrangeiro da Academia de Ciências de Lisboa.

Está esta semana e a próxima em Portugal, com honras de Estado, mas a partir de 2019 pode bem vir a ser “apenas” mais um habitante de Lisboa.

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